Supremo Conselho do Norte dos EUA – Um R.E.A.A. Muito Diferente

INTRODUÇÃO
A maioria de nós está acostumado a um certo grau de padronização no Rito Escocês Antigo e Aceito (R.E.A.A.).

Um maçom que percorreu os altos graus no Supremo Conselho de São Cristóvão, por exemplo, certamente reconhecerá os mesmos graus se migrar para o Supremo Conselho de Jacarepaguá. Analogamente, um maçom do Supremo Conselho de Jacarepaguá não se sentiria perdido numa sessão de um Supremo de patente francesa.

Fato é que, apesar de haver diferenças ritualísticas entre eles, os graus são essencialmente os mesmos. E isso é verdade não apenas aqui no Brasil, mas para a maioria dos Supremos no mundo.

Exceto para um deles, que é de extrema importância. Este artigo conta a história de um Rito Escocês Antigo e Aceito tão diferente que mesmo um maçom grau 33 de muitos anos se sentiria completamente perdido diante dele.

Para entender, contudo, é preciso primeiramente um embasamento histórico.

BREVE HISTÓRICO
É fato bem conhecido na História do R.E.A.A. que nos EUA há dois Supremos Conselhos: O original de Charleston, no Sul, fundado em 1801; e o de Nova Iorque, no Norte, fundado em 1813.

Originalmente, os dois Supremos seguiam essencialmente os mesmos graus, baseados no Rito do Real Segredo, de 25 graus, comunicado por Henry Andrew Francken, com os adendos que deram origem ao R.E.A.A., em Charleston.

MUDANÇAS GERAIS
Observando os rituais originais de Charleston, em comparação com os atuais de qualquer Supremo (não apenas os dos EUA), a grande maioria dos graus quase não tinha ritualística.

Sobre isso, C. DeForrest Trexler, então presidente do Comitê de Assuntos Ritualísticos do Supremo do Norte, afirma:

“Nos últimos 150 anos, o formato dos rituais de graus do Rito Escocês foi completamente transformado. O ritual tradicional de forma completa, estabelecido pelos rituais franceses de meados da década de 1700 e sem dúvida baseado na forma dos graus simbólicos da loja, consistia em uma abertura cerimonial, seguida pela aceitação do candidato, a obrigação e a investidura; e uma palestra ou catecismo, geralmente muito demorado, explicando a história, o simbolismo e a lição do grau.”

Em outras palavras, era mais do mesmo da loja simbólica: Abertura simplificada, juramento, apresentação de objetos e temas ritualísticos e uma longa explicação da lenda. Esse formato cansativo e tedioso não atraía muita gente. Por isso, os rituais foram sendo adaptados.

Trexler continua, dizendo:

“No final do século 19, a palestra e o catecismo foram cada vez mais substituídos por uma alegoria dramática que durante o século 20 se tornou o principal componente da maioria dos rituais de colação de grau. Em outras palavras, o dramático substituiu a didática como o método preferido de comunicar a essência do ritual. No final do século passado, a parte cerimonial estava desaparecendo completamente da maioria dos rituais de graus, deixando apenas a seção dramática, ou alegoria, como o ritual do grau.”

Além disso, houve mudanças na própria realidade de como os graus eram ministrados. Com a extensão territorial dos EUA, por exemplo, muitas vezes era necessário condensar os graus em seminários periódicos, o que dificultava realizar os graus com todos os seus elementos, fossem originais ou agregados.

Como se pode perceber, a necessidade tornou indispensável modificar os rituais. E, em maior ou menor grau, todos os Supremos – não apenas os norte-americanos – fizeram inúmeras mudanças nos rituais. Mas, na grande maioria das vezes, a estrutura original dos graus era mantida.

DUAS ATITUDES, DOIS CAMINHOS
O que realmente fez com que o Supremo do Norte se tornasse muito diferente não apenas do Supremo do Sul, mas de boa parte do R.E.A.A. ao redor do mundo, começou com uma sutil diferença em sua atitude diante da necessidade de mudança.

Por exemplo, Albert Pike, conhecido por ter feito inúmeras mudanças nos rituais, chegou a expressar sua frustração com diversas coisas nos graus da Loja de Perfeição (4º ao 14º) mas dizia: “Não podemos fazer todas as coisas.”

Em outras palavras, Pike considerava que, apesar de esbarrar em uma série de dificuldades ritualísticas, não era possível que as mudanças fossem além de um certo ponto, para não descaracterizar o grau. Outros Supremos ao redor do mundo adotaram, e ainda adotam, a mesma atitude.

Foi aí que o Supremo do Norte se diferenciou completamente da maioria e começou a trilhar um caminho totalmente próprio.

Diante de algumas dificuldades com determinados graus, o Supremo do Norte não hesitou em reescrevê-los por completo.

Boa parte dessas mudanças surgiu a partir de um movimento de renovação iniciado no século 20, que procurou não só adaptar e ajustar, como também modernizar, o R.E.A.A. A partir daí, vários graus foram substituídos por outros, totalmente originais.

Novas lendas foram criadas, novos simbolismos surgiram, enfim, um grande número de graus foi reescrito do zero, fazendo com que o Rito se distanciasse muito dos demais. Em vários casos, os graus chegaram a ser reescritos mais de uma vez, até chegarem no formato atual (e ainda continuam a mudar).

OS MOTIVOS PARA AS MUDANÇAS
Abaixo, listo os principais motivos para as mudanças, segundo informações do próprio Supremo do Norte:

A) REMOVER A LENDA DE HIRAM
No Rito Escocês Antigo e Aceito original, a Lenda de Hiram Abiff ocupava um lugar central na Loja de Perfeição, sendo o principal tema dos graus 4, 5, 9 e 10.

Porém, o Supremo Conselho da Jurisdição Norte entendeu que esse tema deveria ficar restrita às lojas simbólicas e que não havia qualquer proveito em estender o assunto para as Lojas de Perfeição.

Dessa forma, todos os graus que lidavam com a lenda iniciada no grau 3 foram completamente reescritos. Em seu lugar, outras histórias, bíblicas ou de eventos históricos, foram escolhidas.

Observação: Curiosamente, em 2020, um novo grau 4 reintroduziu Hiram Abiff, porém em eventos que antecedem o grau 3. Ou seja, apesar de Hiram Abiff reaparecer, a lenda do grau 3 continua não tendo sequência nos altos graus.

B) TORNAR O RITO MAIS POLITICAMENTE CORRETO
O mundo mudou bastante desde o século 19. Assim sendo, alguns temas que eram mais corriqueiros para os maçons da antiguidade tornam-se, gradualmente, cada vez mais desconfortáveis no mundo moderno.

Dessa forma, graus que lidam diretamente com o tema da morte, seja pela questão do luto, da vingança, ou da punição ao crime, foram completamente reescritos, porque o Supremo do Norte entendeu que eles ofendiam a sensibilidade das novas gerações, afastando-as da Maçonaria.

Por isso, novas lendas foram escritas, com conteúdo bem mais brando.

C) MELHORAR A DIVISÃO TEMÁTICA
O Rito Escocês originalmente segue uma sequência cronológica bíblica razoavelmente coerente até certo ponto. Os graus 4 a 16 trazem temática mais judaica; o grau 17 serve como transição e, a partir do grau 18, surge uma temática mais cristã.

Mais adiante, contudo, a sequência cronológica é abandonada em vários graus. Por exemplo, volta-se a estudar o Tabernáculo de Moisés depois de já se ter percorrido os Dois Templos de Jerusalém. Isso gera uma maior dificuldade de se perceber esses graus como tendo uma continuidade temática.

Por essa razão, o Supremo do Norte decidiu passar todo o conteúdo referente ao Antigo Testamento para a Loja de Perfeição, de modo que a temática seja mais coerente.

Com isso, alguns graus foram movidos de lugar e outros foram simplesmente removidos e reescritos.

Nesse processo, por exemplo, o grau de Secretário Íntimo foi sacrificado, apesar de não trazer um tema desconfortável, para dar lugar ao Mestre da Serpente de Bronze, que anteriormente pertencia ao Consistório.

Infelizmente, contudo, o Supremo do Norte corrigiu alguns problemas cronológicos, mas criou outros, trazendo narrativas anteriores ao período do Templo para dentro dos graus da Loja de Perfeição, quebrando sua linearidade em vários pontos.

D) CORRIGIR ERROS HISTÓRICOS E ANACRONISMOS
Não é segredo que a Maçonaria adota uma postura liberal quanto a seguir a narrativa bíblica. A lenda de Hiram Abiff, por exemplo, é quase integralmente fictícia.

De forma análoga, vários graus do Rito Escocês trazem anacronismos, como, por exemplo, simbolismos cristãos em graus cuja lenda se passa no período do Antigo Testamento (e, portanto, antes de Cristo), ou a tentativa de associar cavaleiros templários com os judeus na época de Zorobabel, entre outros.

Embora tudo possa ser esclarecido com algum estudo, a mistura de fatos históricos, narrativas bíblicas e ficção maçônica, bem como as associações feitas para costurar graus, realmente causa algum grau de confusão entre os irmãos.

Assim sendo, o Supremo do Norte optou por revisar e corrigir esses erros históricos e anacronismos.

E) RESOLVER CONFUSÕES
Considerando que os graus sofreram vários ajustes não apenas ao longo dos séculos, mas também na passagem de sistema para sistema, alguns ficaram um tanto confusos.

Mesmo sendo muito ricos e interessantíssimos, é inegável que alguns graus possuem problemas. Por exemplo, o grau 10 é conhecido por contradizer elementos fundamentais do grau 3 e alguns graus, como o 28, possuem temática tão difusa que é difícil entender o fio da meada.

O Supremo Conselho do Norte procurou reescrever esses graus, buscando uma maior coerência não apenas dentro do grau, mas também reajustando a maneira como os graus se conversam.

F) TEMÁTICA MAIS RELEVANTE
O Supremo Conselho do Norte chega a ser bastante taxativo em dizer que determinados graus, como o grau 30, or exemplo, “simplesmente não expressava uma lição relevante para os maçons do Rito Escocês no século 21.”

Em outras palavras, eles adotam um posicionamento que no Brasil seria considerado extremamente polêmico e, para muitos, até chocante: O de que os ensinamentos maçônicos não são eternos e podem se tornar irrelevantes, portanto precisam ser constantemente revisados e atualizados.

(Observação: Que fique claro, contudo, que o autor deste artigo não está emitindo juízo de valores, nem dizendo que concorda com o Supremo Conselho da Jurisdição Norte dos EUA, mas apenas apresentando o posicionamento deles, para que seja conhecido.)

RESUMO DAS MUDANÇAS
Abaixo, uma lista dos graus que sofreram modificações, bem como um resumo da lenda de cada grau.

GRAU 4
Antes: Mestre Secreto
Agora: Construtor

Lenda Nova: Hiram Abiff lida com a enorme responsabilidade da construção do Templo. O grau foca na importância da fraternidade para dividir o peso do cotidiano.

GRAU 5
Antes: Mestre Perfeito
Agora: Mestre Perfeito (mesmo nome, grau diferente)

Lenda Nova: Baseia-se na narrativa bíblica de Nadabe e Abiú, filhos de Aarão, que se corrompem pela ganância e ambição e deixam a chama sagrada se extinguir.

GRAU 6
Antes: Secretário Íntimo
Agora: Mestre da Serpente de Bronze

Lenda Nova: Essencialmente é a lenda do grau 25, realocada de posição. Baseia-se na narrativa bíblica de Moisés, o pecado dos israelitas e a serpente de bronze feita para sua cura.

GRAU 8
Antes: Intendente de Edifícios
Agora: Intendente de Edifícios (mesmo nome, grau diferente)

Lenda Nova: Baseia-se na história bíblica de como Davi apontou seu filho Salomão para construir o Templo, com foco na questão da responsabilidade e da continuidade da obra.

GRAU 9
Antes: Eleito dos Nove
Agora: Mestre do Templo

Lenda Nova: Baseia-se na Dedicação do Templo de Salomão, onde ele chama representantes de várias regiões e religiões diferentes, focando numa mensagem do amor ao próximo como serviço ao GADU.

GRAU 10
Antes: Eleito dos Quinze
Agora: Mestre Eleito

Lenda Nova: Lida com a apostasia de Salomão, seguida da sentença da justiça divina. O foco é a justiça e a reverência ao GADU.

GRAU 11
Antes: Eleito dos Doze
Agora: Sublime Mestre Eleito

Lenda Nova: O grau se foca no fato de que um dos coletores de impostos comete fraude e abuso, traindo a confiança do povo. O foco do grau é no confronto à tirania, ilegalidade e no se manter fiel.

GRAU 12
Antes: Grão-Mestre Arquiteto
Agora: Mestre da Misericórdia

Lenda Nova: O grau aborda a lenda de José do Egito e o perdão a seus irmãos que o venderam como escravo, tendo por tema central a questão do perdão.

GRAU 17
Antes: Príncipe de Jerusalém
Depois: Príncipe de Jerusalém (mesmo nome, grau diferente)

Lenda Nova: A nova lenda aborda o Templo de Herodes, no século 1 a.c., servindo assim como um prelúdio historicamente mais apropriado para o grau de Cavaleiro Rosacruz.

GRAU 19
Antes: Grande Pontífice
Agora: Irmãos da Trilha

Lenda Nova: Centrada em torno da Trilha de Oregon que, em 1840, servia para os peregrinos norte-americanos migrarem do leste para o oeste, a lenda é a primeira a trazer uma temática nacionalista. Nela, há enfoque na lealdade de um maçom à sua palavra e ao juramento de cuidar dos seus irmãos.

GRAU 20
Antes: Grão-Mestre da Loja Simbólica
Agora: Mestre Ad Vitam

Lenda Nova: Segundo dos graus nacionalistas, foca na história de Benedict Arnold (1741-1801), um herói da guerra da Revolução Americana que virou traidor ao mudar de lado e lutar a favor dos britânicos. Na lenda do grau, ele busca perdão por sua traição perante George Washington.

GRAU 23
Antes: Chefe do Tabernáculo
Agora: Cavaleiro de Valor

Lenda Nova: Mais um grau nacionalista, baseia-se na Lenda dos Quatro Capelães que, durante a 2ª Guerra Mundial, deram suas vidas para salvar inocentes em um naufrágio. O foco da lenda é o sacrifício pessoal em prol da virtude.

GRAU 24
Antes: Príncipe do Tabernáculo
Agora: Irmão da Floresta

Lenda Nova: Outro grau nacionalista, dessa vez com foco na tolerância às diferenças. Ele narra o pedido de um índio nativo-americano para se tornar membro de uma loja simbólica colonial.

GRAU 25
Antes: Cavaleiro da Serpente de Bronze
Agora: Mestre da Realização

Lenda Nova: Com a realocação do grau original, o espaço foi ocupado por outro grau nacionalista. Ele narra a vida do ilustre maçom e ex-presidente Benjamin Franklin em dois momentos: no começo e no fim de sua vida maçônica. O foco é o salário recebido por uma vida dedicada à Maçonaria.

GRAU 26
Antes: Príncipe da Misericórdia ou Escocês Trinitário
Agora: Amigo e Irmão Eterno

Lenda Nova: Outro grau nacionalista, focado na história de dois amigos maçons, os generais Hancock e Armistead, que acabaram lutando em lados opostos durante a Guerra Civil americana, na Batalha de Gettysburg.

GRAU 28
Antes: Cavaleiro do Sol
Agora: Cavaleiro do Sol (mesmo nome, grau diferente)

Lenda Nova: A lenda nova conta uma história romanceada sobre a Irmandade da Rosa Cruz, tendo como personagem central o famoso maçom Elias Ashmole. Ela se fundamenta no mito popular de que Ashmole teria tido papel importante no estabelecimento da Maçonaria Especulativa.

GRAU 29
Antes: Cavaleiro de Santo André
Agora: Cavaleiro de Santo André (mesmo nome, grau diferente)

Lenda Nova: Os cavaleiros de Santo André são capturados por um sultão turco, que os convence a deixá-lo ingressar na Ordem, após convencê-los de que os pontos fundamentais do Corão eram semelhantes aos do Cristianismo. O foco do grau, evidentemente, é a tolerância religiosa e a busca por bases comuns entre irmãos.

GRAU 30
Antes: Cavaleiro Kadosh
Agora: Grande Inspetor

Lenda Nova: O grau é baseado no antigo 31, com a mesma temática do direito. Contudo, o novo ritual se ambienta na Inglaterra do século 14, na corte do rei Eduardo II.

GRAU 31
Antes: Inspetor Inquisidor
Agora: Guardador de Meu Irmão

Lenda Nova: Mais um grau nacionalista, que se passa na loja de Santo André, reunida na Taverna do Dragão Verde, um pub irlandês nos EUA. Nela, dois irmãos auxiliam um outro, que estava ferido. O foco é no serviço ao próximo e na fraternidade.

GRAU 32
Antes: Sublime Príncipe do Real Segredo
Agora: Sublime Príncipe do Real Segredo (mesmo nome, grau diferente)

Lenda Nova: O grau agora se centra na lenda da vigília de um aspirante a cavaleiro, que enfrenta tentações relativas ao seu interesse pessoal, até se tornar capaz de fazer seu maior sacrifício em prol da causa do real segredo.

CONCLUSÃO
Como conclusão, após essa fascinante jornada pelos graus do Supremo Conselho do Norte, chegamos a um número impressionante, que nos leva a uma profunda reflexão: O R.E.A.A. (nos altos graus) possui 29 graus iniciáticos, já que o grau 33 é uma investidura.

Dos 29 graus originais de Charleston, apenas 9 restaram, pois o Supremo Conselho do Norte modificou por completo os outros 20 graus. Isso significa que quase 70% do R.E.A.A. do Supremo Conselho da Jurisdição Norte dos EUA é totalmente diferente do R.E.A.A. original.

Não só a lenda e a simbologia da maioria dos graus foram totalmente recriadas, como o próprio ensinamento e objetivo do grau também sofreram modificações, sendo em grande parte substituídos por ensinamentos julgados mais adequados ao mundo moderno.

Além disso, vários dos graus adicionados também mudaram bastante a temática original. Ao invés de utilizarem as lendas de construção e a temática judaico-cristã, introduziram um foco no patriotismo norte-americano e em elementos que dizem respeito à sua própria história.

Embora nenhum Supremo Conselho hoje pratique os rituais originais que foram produzidos em Charleston a partir de 1801, a temática e simbologia essenciais, bem como a lenda do grau, permanecem inalteradas para a maioria deles. Em outras palavras: Não se tem notícia de nenhum outro Supremo Conselho indo além de um certo ponto ou chegando a uma ruptura com os graus originais. Assim sendo, a atitude do Supremo Conselho do Norte foi bastante ousada e, por isso, singular.

Considerando sua enorme tradição e história, é inegável que o Supremo Conselho do Norte tenha o direito legítimo, histórico e inquestionável, de se referir ao seu sistema como R.E.A.A.

Ainda assim, cabe a reflexão: Até que ponto, depois de uma mudança de quase 70% de seu conteúdo estrutural e de sua essência, pode-se dizer que é o mesmo Rito, independente do nome dado?

Provavelmente, cada leitor responderá a essa reflexão de uma forma bem particular.

De todo jeito, o R.E.A.A. do Supremo Conselho da Jurisdição Norte dos EUA é tão curiosamente diferente, que seria interessantíssimo fazê-lo do início ao fim, para ter uma experiência completamente distinta.

BIBLIOGRAFIA
MCCLENACHAN, Charles T. The Book of The Ancient And Accepted Scottish Rite of Freemasonry. Nova Iorque: Macoy Publishing, 1914.

TREXLER, C. DeForrest. The Degree Rituals of The Supreme Council, 33º, for the Northern Masonic Jurisdiction – United States of America. Nova Iorque: Supreme Council, 33°, AASR, NMJ, 2008.

The Original and Complete Rituals of the first Supreme Council, 33º – Vol. 1. Nova Iorque: Boemandres Press, 1995.

The Original and Complete Rituals of the first Supreme Council, 33º – Vol. 2. Nova Iorque: Boemandres Press, 1995.

WHAT is 32º Scottish Rite Freemasonry? Disponível em: < https://scottishritenmj.org/about/what-is-32-scottish-rite-freemasonry>. Acesso em: <28/03/2019>.

SOBRE O AUTOR
Luis Felipe Moura é M∴ M∴, membro da ARLS Conde de Grasse-Tilly 301 (GOP/COMAB). É bacharel em Letras (inglês), mestre em Teologia e em Psicanálise, atualmente trabalha como psicanalista e professor de Bíblia Hebraica.

5 thoughts on “Supremo Conselho do Norte dos EUA – Um R.E.A.A. Muito Diferente

  • 27 de outubro de 2020 em 9:22 PM
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    Muito interessante o artigo e as considerações. O que não entendo é: por quê não pode mudar? O que se tem de imutável numa associação que tem como um dos objetivos a busca da verdade? O que se tem de imutável em uma associação que tem a MORALIDADE, como pedra angular de sua DOUTRINA E FILOSOFIA e, esta é construída no momento vivido pela sociedade? Realmente toda mudança, por mais simples que seja, em primeiro momento causa resistência, mas a nossa reflexão deve considerar a possibilidade do novo, sempre que for em benefício do ser humano. Os graus do REAA que possuem contradições, deveriam ser reestruturados.

  • 3 de abril de 2020 em 10:43 AM
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    Em resposta ao Washington: O grau 18 não foi descrito porque ele continua o mesmo. Isso também vale para os graus 7, 13, 14, 15, 16, 21, 22 e 27, que permanecem razoavelmente semelhantes aos originais de Charleston. O artigo foca apenas nos graus que sofreram modificação na lenda, objetivo e simbologia.

  • 1 de abril de 2020 em 10:40 PM
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    Olá! Faltou a descrição do Grau 18 desse rito. TFA.

  • 1 de abril de 2020 em 9:50 AM
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    Bom Dia SFU
    Sou obreiro do REAA e Investido ao Grau 33 pelo Supremo Conselho do Grau 33 REAA da República Federativa do Brasil e pertenço ao GOP COMAB.
    Como nos Graus Simbólicos, quem é o Reconhecido, sendo que Regular, todos os são, porque não acertar primeiro este tema e depois ver os porquês da condução dos Rituais!?
    TFA
    José Aparecido

  • 1 de abril de 2020 em 9:03 AM
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    Gostei muito das informações acima sobre as condições e mudanças realizada pelo Supremo Conselho do Norte dos EUA. Mas sou muito originalista. Claro que tem que aprimorar , trazer inovações e mais clareza dentro de certos graus na loja de perfeição, mas chegar a mudar o que a séculos foi escrito, aí é muita ousadia. Atualizar sem perder a essência dos graus.

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