James Anderson estava certo? Quem foi ele?

Há uma tendência por parte dos historiadores da Maçonaria, de retratar James Anderson como um mero pirata, difuso e pouco confiável na maioria das coisas, exceto em Acordos e Regulamentos, que também não eram seus, mas transcrições de artigos retirados dos Antigos Deveres sob a autoridade da Grande Loja.

A questão é se as coisas atacadas pelos críticos como invenções são realmente importantes ou se o relato de Anderson pode ser aceito como substancialmente correto.

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O texto aqui traduzido e adaptado por Luciano R. Rodrigues para o site www.opumodehiram.com.br foi originalmente escrito por Ossian Lang, Grande Historiador da Grande Loja de Nova York, que em 1932 estava ensaiando uma defesa da teoria da descendência dos maçons em atividade.

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Uma revisão de seu relato dos primeiros seis anos da Maçonaria organizada.

A história da formação da primeira Grande Loja de Maçons Livres e Aceitos no mundo tem sido relatada inúmeras vezes. As primeiras e únicas edições oficiais são as primeira e segunda edição das “Constituições dos Maçons”, publicadas por ordem da Grande Loja da Inglaterra.

A primeira edição (1723) contém apenas uma referência de passagem para esse evento, mas inclui uma lista das lojas registradas existentes em 1722.

A edição de 1738 fornece um resumo do que aconteceu entre 1716 e 1723 e até mais tarde.

A história foi escrita cerca de vinte anos depois que esses eventos aconteceram e é possível, é claro, que o texto tenha alguns erros.

Este relatório respeitosamente apresenta as conclusões que foram alcançadas após cuidadosa consideração dos estudiosos críticos do texto de Anderson e seu impacto sobre certos fatos relacionados ao período de formação da maçonaria organizada desde 1716 até 24 de junho de 1723, quando a Grande Loja instalou seu primeiro Grande Secretário e, a partir de então, as informações foram registradas sem interrupção. E estas informações ainda existem.

Tedioso que possa parecer ficar examinando questões sobre a veracidade da história de Anderson, essas críticas tiveram alguma propagação, mas apenas a partir dos estudiosos que os produziram e, se não por qualquer outra razão, parece importante que os fatos foram estabelecidos com força suficiente para testar os escritores que, se pudessem, iriam manter a história dos primórdios sob incerteza, em um exercício onde eles poderiam libertar a sua imaginação com o pretexto de história.

O texto original do primeiro Livro das Constituições foi compilado e concluído antes de 24 de junho de 1722, levado à imprensa em 17 de janeiro de 1723 e à venda em fevereiro, como evidenciado por um anúncio no jornal London Post Boy 26 -28 de fevereiro de 1723:

“Neste dia foi publicada a Constituição dos Maçons Livres, contendo a História, Encargos, Regulamentos &, da mais Antiga e Muito Respeitável Fraternidade, para o uso das Lojas. Dedicado à sua Graça, o Duque de Montagu, último Grão-Mestre, pela obra de sua Graça, o Duque de Wharton, atual Grão-Mestre, autorizado pela Grande Loja de Mestres e Vigilantes da Comunicação Trimestral. Sua publicação foi autorizada e recomendada aos irmãos pelo Grão-Mestre e seu Deputado. Impresso no Ano da Maçonaria de 5723; de Nosso Senhor 1723. Vendido por J. Senex e J. Hooke, perto da Igreja de St. Dunstan em Fleetstreet.”

A primeira edição tem apenas uma referência no começo e algo vago:

“E agora os nascidos livre da nação britânica, longe de guerras civis e estrangeiras e desfrutando os bons frutos de paz e liberdade, tendo ultimamente desfrutado de seu feliz gênio pela Maçonaria de todo tipo e revivido as decaídas lojas de Londres, este metrópole fantástica floresceu, assim como em outros lugares, com muitas lojas particulares, com uma Comunicação trimestral e uma Grande Assembleia Anual, em que as formas e usos da mais antiga e honrosa fraternidade são amplamente propagadas, a Arte Real devidamente cultivada e o cimento da irmandade preservado, de tal modo que o corpo completo se parece com um Arco bem construído; vários nobres e cavaleiros da melhor hierarquia, com clérigos e eruditos estudiosos de muitas profissões e denominações, concordaram francamente em aceitar os regulamentos e usar a insígnia de um maçom livre e aceito sob nosso atual digno Grão-Mestre, o muito nobre príncipe John Duque de Montagu”.

Anderson apareceu na Grande Loja pela primeira vez em setembro de 1721 e não poderia ter participado da formação da sociedade antes disso.

Um ponto de interesse especial na declaração acima mencionada é que “as lojas particulares terão uma Comunicação Trimestral e uma Grande Assembleia Anual”.

Nada é dito sobre a formação de uma Grande Loja

Em uma segunda edição do Livro das Constituições (1738) fornece um detalhe considerável, mas quase nenhuma referência é dada a assuntos anteriores a 1723, que não são questionados. Seu “descuido” tem sido severamente criticado e nem sempre com justiça.

Anderson, devemos lembrar, teve que confiar quase que exclusivamente em rumores.

Os detalhes do que aconteceu, antes do Grão-Duque de Montagu se tornar o Grão-Mestre, foram provavelmente fornecidos pelo seu amigo Jacob Lambell (ou Lamball), um carpinteiro que participou da primeira Assembleia no dia de São João Batista em 1717 e manteve sua afiliação ao Craft por muitos anos desde então.

Tendo sofrido graves perdas financeiras no desastre da South Sea Bubble de 1720, Anderson tentou compensar através de compilações, que apresentavam um mercado lucrativo. A South Sea Bubble foi uma companhia comercial que tinha os direitos exclusivos do comércio com a América do Sul, a especulação em torno desta empresa fez com que os seus títulos se multiplicassem por nove no primeiro semestre de 1720, mas no final deste mesmo ano, o negócio quebrou e junto com ele, o dinheiro dos investidores, entre eles, James Anderson.

Em sua descrição dos eventos, ele pode ter dado rédea solta à sua imaginação onde estava com um hiato, mas não fez mais do que outros para escrever uma história maçônica.

Em defesa de Anderson, podemos dizer que ele foi o pioneiro nesse campo e que não tinha orientação.

Além disso, nenhum dano sério foi infligido à reputação do Ofício, o que não pode ser dito igualmente de alguns escritores não críticos, com abundantes oportunidades à mão para abordar a verdade.

É bom manter essas coisas em mente ao ler, por exemplo, o trabalho de Lionel Vibert intitulado “Constituições de Anderson de 1723”, originalmente preparado para a Loja Quatuor Coronati em Londres e reimpresso na forma de um livro; ou a obra monumental do Ir. Willhem Begemann, “Maçonaria na Inglaterra”, que primeiro formulou as estruturas que tinham sido reiteradamente repetidas por historiadores ilustres.

Sem o relato de Anderson, sobre o que aconteceu entre 1716 e a primeira nomeação de um Secretário da Grande Loja em 24 de junho de 1723, não teríamos quase nada para nos dar luz sobre as origens da Maçonaria, exceto alguns artigos de jornais de rua e anotações em jornais e cartas.

Se os homens que tinham sido participantes, ativos nos eventos relatados por Anderson nas Constituições de 1738 e que ainda estavam vivos, não encontraram falhas em suas crônicas, não parece razoável trazê-los para a discussão agora.

Artigos de periódicos colecionados por Sir Alfred Robbins e publicados no volume XXII das Transações da Loja Quatuor Coronati; o Diário e as Cartas de Stukeley contendo referências a feitos maçônicos em Londres de 6 de janeiro de 1721, dos quais Gould extraiu e leu antes da QC Lodge em 23 de julho de 1893, e várias notas encontradas em publicações contemporâneas, proporcionam correções para algo que possa estar errado com Anderson ou não incluído em sua crônica.

Depois de tudo o que foi dito e feito, descobriremos que seu principal defeito, se fosse um, é que ele estava inclinado a apresentar tudo de uma maneira muito otimista.

De minha parte, sinto que a Maçonaria tem uma dívida maior de gratidão com James Anderson do que com outros homens daqueles dias, exceto talvez com Desaguliers e Payne.

A crônica dos eventos maçônicos desde a formação da primeira Grande Loja em 1717 até o início do primeiro ato oficial em 1723, conforme estabelecido por Anderson em suas Constituições de 1738, foi reimpresso muitas vezes como a História oficial da Grande Loja da Inglaterra para esse período.

Ainda assim, por conveniência na revisão crítica, parece desejável repetir algumas coisas. Essas são:

1717

Rei Jorge I veio a Londres em 20 de setembro de 1714. E após a rebelião em 1716, as poucas lojas em Londres que foram negligenciadas por Sir Christopher Wren, procurando se fixar sob um Grão-Mestre como centro de união e harmonia, se reuniram:

– Goose and Gridiron Ale-house, no St. Paul’s Church-Yard (O ganso e a grelha)

– Crown Alehouse, na Parker’s Lane, perto de Drury-Lane (A coroa)

– Apple-Tree Tavern em Charles-street, Covent-Garden. (A macieira)

– Rummer e Grapes Tavern em Channel-Row, Westminster (O copázio e as uvas)

Eles e alguns antigos irmãos se reuniram na Apple Tree Tavern e tendo colocado na Cadeira (Instalado) o mais antigo Mestre Maçom (agora mestre de uma loja), eles se tornaram uma Grande Loja Pro Tempore na devida forma e então reviveram as Comunicações Trimestrais dos oficiais da Loja (chamados de Grande Loja), decidiram realizar a Assembleia Anual e a Festa, escolhendo então um Grão-Mestre entre eles, esperando para ter a honra de um irmão nobre na liderança.

Sir Christopher Wren, o renomado arquiteto, foi adotado como irmão em 18 de maio de 1691 em uma grande convenção na Igreja de St. Paul da Fraternidade dos Maçons Livres, como aparece na anotação de John Aubrey (1626-1697).

A Fraternidade, ou o Companheirismo, dos maçons livres era um círculo diferente da Honorável Companhia de Maçons da Cidade de Londres.

É pelo menos uma coincidência que a Loja Fundadora nº4 foi formada no mesmo ano em que Sir Christopher Wren foi adotado na fraternidade.

Além disso, há uma tradição tenaz com pelo menos um apoio, que afirma que Sir Christopher Wren foi eleito chefe da fraternidade.

Supõe-se que, nesse caso, ele manteria um interesse ativo.

Anderson obviamente concordou quando fala sobre como as poucas lojas de Londres foram negligenciadas por Wren.

O dia de São João Batista, no terceiro ano do Rei Jorge I, em 1717, a Assembleia e a Festa dos Maçons Livres e Aceitos foi realizada na taberna O Ganso e a Grelha.

Antes do jantar, o Mestre Mais Antigo da Cadeira (agora mestre da loja) propôs uma lista de candidatos, e os irmãos, por aclamação, escolheram o Sr. Anthony Sayer, cavalheiro, Grão-Mestre dos Maçons, que estava então investido com a insígnia do Craft e aprovado pelo mais antigo Mestre, e instalado, devidamente parabenizado pela Assembleia que lhe ofereceu a homenagem.

Sr. Jacob Lamball, Carpinteiro, Capt. Joseph Elliot, Grande Vigilante, o Grão-Mestre Sayer, ordenaram que os Mestres e Vigilantes das Lojas se reunissem com os Grandes Oficiais em todas as Comunicações Trimestrais, no local indicado em sua convocação enviada pelo Telhador (Cobridor).

Nota: Chamava-se Comunicação Trimestral, porque tinha que ser feito quatro vezes por ano, de acordo com o uso Antigo, e quando o Grão-Mestre estava presente, era uma Grande Loja.

As Comunicações Trimestrais dos oficiais da Loja (chamadas Grande Loja), que foram mantidas em 1716, representaram um renascimento que tem sido negado por escritores eruditos com ênfase considerável.

Por quê?

Era costume das Corporações Inglesas de Construção ou Companhias de Maçons, desde “tempos imemoriais”, manter as Comunicações Trimestrais normalmente no dia de São Miguel (29 de setembro), na Festa de São João Evangelista (27 de dezembro), e na Festa da Anunciação em homenagem a Virgem Maria (25 de março), mantendo a festa anual de São João Batista em 24 de junho.

Esta é a restauração de tal prática pelas lojas de 1717, descendentes de seus protótipos operativos, que realmente representava um renascimento, embora a regra não ter sido observada durante o período inicial da Grande Loja.

Como eventos importantes, apenas as Festas Anuais foram celebradas em 1717, 1718 e 1719.

A primeira comunicação trimestral registrada ocorreu no dia de São João Evangelista de 1720.

Também foi questionado que algum tipo de reunião poderia ter ocorrido entre as quatro lojas antes do dia de São João Batista de 1717.

Certamente alguma ação deve ter sido tomada entre as partes interessadas para preparar esta Assembleia.

Jacob Lamball, carpinteiro, foi Primeiro Vigilante da primeira Grande Loja, e sabe-se que ele era um amigo de James Anderson e aparece listado entre os assinantes das Constituições de 1738 e certamente nunca questionou a história citada, e é muito provável que seja aquele que forneceu a informação que aparece na escrita.

Antes dos eventos anotados no registro da Assembleia do dia de São João Batista de 1717, o nascimento da Maçonaria, os críticos permanecem sem resposta.

Não consigo encontrar nenhuma razão convincente para não aceitar as afirmações de Anderson, especialmente porque os críticos não foram capazes de oferecer provas convincentes contra ele.

Quem foi o Dr. Anderson?

Nossos irmãos na Europa continental imaginam Anderson como uma espécie de Hierofante que, sob o disfarce de uma história fantasiosa, ocultava mistérios que revelariam ao iniciado o sentido da sabedoria dos cabalistas, alquimistas ou muitos outros considerados como os verdadeiros ancestrais de Maçonaria.

A apelação das “Constituições Anderson” é a apelação ao “Sir Oráculo”.

Nunca lhes ocorreria referir-se a elas, como às Constituições da Primeira Grande Loja da Inglaterra; mas, por outro lado, há uma tendência a ver Anderson como um mero pirata, difuso e pouco confiável na maioria das coisas, exceto em Acordos e Regulamentos, que também não eram seus, mas transcrições de artigos retirados dos Antigos Deveres sob a autoridade da Grande Loja.

Os escoceses e irlandeses aceitam as Constituições e não têm nenhum problema sobre “História” ligada ao livro.

Aqueles que não conhecem os escoceses poderiam pensar que o orgulho nacional os teria feito examinar todos os arquivos antigos que estavam disponíveis para fazer uma biografia abrangente e autêntica.

No entanto, até agora eles não moveram a mão.

Por que eles agiram assim?

Anderson era escocês e dera à Inglaterra e ao mundo inteiro as Constituições da Maçonaria. E isso é tudo que importa.

Anderson era um presbiteriano e pastor de “uma congregação composta de pessoas da nação escocesa que residiam perto de Westminster”. As palavras entre aspas aparecem na primeira notícia biográfica satisfatória, um trabalho volumoso de: “Dissidentes, Igrejas e Casas de Reunião em Londres, Westminster e Southwark”, publicado por um não maçom em 1814.

Dissidente – é o que o “teólogo erudito” Anderson era, por ser um pastor presbiteriano nos primeiros dias do rei Jorge.

E não era de boa educação falar sobre essas pessoas não conformistas.

Isso poderia explicar a noite de silêncio que envolveu Anderson por mais de um século.

Foi somente à partir do início da década do ano de 1900, que os maçons ingleses trabalharam com o que puderam encontrar para construir uma biografia.

Em 1910, o Ir. Alfred Robbins leu perante a Quatuor Coronati Lodge, um artigo sobre “O Dr. Anderson das Constituições” (vol xxiii, AQC.)

Esse trabalho incluiu muitas informações sobre Anderson e sua extensa obra literária.

A discussão entre os membros revelou uma profunda falta de interesse na aparência do que eles chamavam de compilador das Constituições, como indicado para um nicho no Hall da Fama Maçônico.

O irmão Robbins caracterizou o trabalho de Anderson como “imaginativo, fantástico e não histórico”.

E isso aconteceu para ser justo. Ele falou da “indústria terrível” de Anderson, que se impugnava. O título de Anderson de D.D. (Doutor em Divindade ou teologia) foi igualmente questionado, etc.

No entanto, Anderson foi, como apontou Robbins, “o constante assistente e ajudante” de Desaguliers, cuja “enorme participação na origem e desenvolvimento da primeira Grande Loja da Inglaterra” é amplamente reconhecida por todos.

O duque de Buchan foi seu patrono durante toda a sua vida.

“Meu amigo J. A. Anderson”, escreveu Stukeley em seu diário.

A posição e o caráter dos homens que durante toda a sua vida foram admiradores e amigos de Anderson deveriam bastar para uma crítica prudente. É bom ter em mente também que uma pessoa deve ser julgada no contexto da época em que viveu. Julgar um homem com mais de dois séculos de idade com os padrões atuais de investigação é anti-histórico e anti-transparente.

A vida literária e as condições sociais da Londres do primeiro terço do século XVIII teriam que ser levadas em conta, para fazer justiça a qualquer figura pública daquele período.

James Anderson nasceu em Aberdeen por volta de 1680 e se formou no Mareschal College, recebendo posteriormente o M.A. e o D.D. (Mestre em Artes e Doutor em Teologia).

Entre 1705 e 1710 ele chegou a Londres, onde reuniu vários compatriotas presbiterianos.

A congregação foi abençoada em uma igreja formalmente mantida pelos huguenotes franceses, na rua Swallow, onde o pai do Dr. Desaguliers era o reitor.

Vinte e quatro anos depois, uma divisão surgiu em sua congregação, e Anderson, com a sua, teve que se mudar para Lisle Street, em Leicesterfield.

A divisão parece ter sido produzida por seu apego ao cerimonial, que lhe valeu o apelido de “Bispo Anderson” para o povo, e para alguns de “Pequeno Mestre John”.

Sua produção literária foi incrível, considerando a quantidade de pesquisa necessária.

Entre seus sermões publicados, um foi pregado no aniversário da execução do Rei Carlos I, intitulado “No King-Killers” (sem assassinos do rei) que procurou derrubar a atual suposição falsa sobre os Presbiterianos durante a Guerra Civil, mostrando que a conduta de seu povo e dos escoceses em geral tinha sido de total fidelidade à coroa.

O sermão despertou interesse suficiente para que solicitassem uma segunda edição.

O prefácio revela que ele pessoalmente esteve sujeito a ataques veementes do púlpito e da imprensa por princípios e práticas antimonárquicas.

A publicação é dedicada ao Rev. Daniel Williams, um dos mais eminentes teólogos de seu tempo, para quem Anderson foi ordenado ministro.

Junto com as “Constituições”, sua obra-prima foi intitulado “Royal Genealogias” (genealogias reais ou tabelas genealógicas dos imperadores, reis e príncipes, desde Adão até o nosso tempo).

Foi declaradamente baseada em uma publicação alemã de Johann Huebnell, mas consideravelmente ampliada por Anderson e incluiu as genealogias e dinastias e “casais e grandes linhagens das ilhas britânicas”. Este último trabalho encontrou uma recepção favorável na Inglaterra. Foi dedicado a Frederico, Príncipe de Gales. Anderson passou sete anos de trabalho duro no primeiro trabalho deste tipo em tão grande escala, publicado em inglês.

Os interessados ​​que chegarem ou morarem na cidade de Nova York encontrarão uma cópia na Biblioteca Pública.

Para mencionar mais uma de suas publicações, temos a “Unity in Trinity and Trinity in Unity” (Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade), um tratado teológico por James Anderson, para RT. Honorável David Buchan.

Sir Richard Ellyes, Baronet, é mencionado, porque a partir da biblioteca desse renomado estudioso, Anderson obteve acesso a muitos livros raros da tradição clássica e oriental, incluindo vários escritos rabínicos.

Não há necessidade de ampliar esta lista, Anderson continuou escrevendo até o dia de sua morte, em 25 de maio de 1739.

“News from Elysium, or Dialogues of the Dead”, foi um livro dele, só publicado após sua morte.

Os preconceitos parecem tê-lo seguido para o túmulo e o The Daily Post de sábado, 02 junho de 1739, continha uma nota a respeito de seu funeral, interessante como informações sobre como os primeiros funerais maçônicos eram realizados:

“Na última noite foi enterrado em Bullhill-Field, o corpo do Dr. Anderson, um Mestre Dissidente em uma cova muito proeminente.

Seu caixão foi sustentado por cinco mestres dissidentes e pelo Rev. Dr. Desaguliers: seguido por uma dúzia de maçons, que cercaram a tumba; e depois que o Dr. Earle, referiu-se à incerteza da vida e sem dizer uma palavra sobre o falecido, os irmãos em uma postura fúnebre muito solene, levantaram as mãos com o sinal e bateram por três vezes em seus aventais, por honra ao falecido. ”

Seu irmão, Adam Anderson (1692-1765), teve uma vantagem sobre ele em relação à exposição a críticas injustas, por não ser clérigo e ter escolhido o comércio e a indústria para seus principais estudos.

Ele era um especialista industrial por seu grande trabalho histórico e cronológico em dois volumes: “Traçando o desenvolvimento social e colonial das potências europeias, com referências particulares à Grã-Bretanha e à Irlanda”.

Um apêndice dedicava à “geografia política e comercial moderna de vários países europeus”.

Interessante para os americanos é a devoção particular de Adam Anderson aos assuntos coloniais, sendo ele um dos responsáveis por ter estabelecido uma colônia inglesa na Geórgia.

Ele também tinha a confiança da rainha Anne para o estabelecimento de bibliotecas paroquiais em casa e nas colônias.

Os registros da Grande Loja da Inglaterra, sob a data de 13 de dezembro de 1733, registravam que “o vice-grão-mestre Batson recomendou a Nova Colônia da Geórgia na América do Norte para a benevolência das lojas particulares”.

A razão para mencionar Adam Anderson é sugerir qual era o calibre intelectual dos dois irmãos e que tipo de bagagem educacional eles devem ter trazido da Escócia.

Críticas, sejam construtivas ou destrutivas, são necessárias para corrigir erros. O preconceito nunca beneficiou ninguém, pelo menos todos que os afetaram.

Isso porque um dos principais objetivos da Maçonaria é emancipar seus devotos de tais obsessões e transformá-las em buscadores da mente aberta e da bondade em todas as coisas.

Tudo o que este texto busca, é simplesmente mostrar a importância deste maçom que sofreu muito preconceito, pois temos uma dívida com nosso irmão, o Rev. James Anderson D.D, de Aberdeen.

Luciano R. Rodrigues
O Prumo de Hiram

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