Confederação Maçônica Interamericana (CMI) – Atualizado 2020

Confederação Maçônica Interamericana (CMI) – Atualizado 2020

Regularidade e reconhecimento é um tema muito debatido no mundo maçônico e mais ainda nos países que abrigam diversas potências maçônicas, com diferentes formas de atuação territorial (estadual ou nacional), como também, variadas formas de associação (federação ou confederação). O Brasil é um destes complexos sistemas maçônicos, onde em cada estado temos pelo menos três potências regulares atuando.

Por mais que o tema já tenha sido amplamente debatido entre os grupos de estudo, sites e blogs maçônicos e internamente nas potências e lojas, o entendimento da diferença entre regularidade e reconhecimento, ainda é dúvida entre os membros da maçonaria.

Esta diferença e definição já foi tema de um post do “Prumo de Hiram” que pode ser acessado aqui – https://www.oprumodehiram.com.br/regularidade-e-reconhecimento-os-principios-basicos-da-ugle-1929-e-1989/

O texto citado acima abordou uma visão baseada nos regulamentos da Grande Loja Unida da Inglaterra, mas temos outras importantes organizações a citar nesta seara, como por exemplo, a Confederação Maçônica Interamericana (CMI) e a Conferência dos Grão-Mestres da América do Norte (COGMNA), que juntamente com o famoso “List of Lodges”, estaremos abordando em nossas próximas matérias, iniciando pela CMI.

Confederación Masónica Interamericana (CMI)

Organização fundada em 1947 que tem como membros, potências maçônicas de 25 países da Américas do Norte, do Sul e Central, além do Caribe e Europa, atualmente com 81 potências membros.

De acordo com o site da confederação, a CMI tem o propósito de promover um modelo institucional inovador, integrando a Maçonaria Ibero-americano e, por extensão, da Maçonaria Universal, a fim de desenvolver todo o potencial em uma organização que tem mais de 350.000 membros que, através da troca de ideias, atividades, princípios, preocupações e experiências, ou seja, sua maneira de ver e entender o mundo, buscam enriquecer o pensamento da humanidade e de suas culturas.

Ser um membro da CMI confere para a potência maçônica, um entendimento de regularidade maçônica para todos os outros membros da Confederação, sendo um importante caminho para o reconhecimento de alguns países e outras organizações, entre eles a COGMNA (Conference of Grand Masters of Masons of North America).

Os relatórios dos últimos anos, publicados pela Comissão de Reconhecimento da Conferência dos Grãos Mestres da América do Norte (CGMNA), tem demonstrado que as potências maçônicas que fazem parte da CMI, são consideradas por eles (os americanos), como potências regulares, também aceitando o reconhecimento destes, a medida que este é solicitado.

A organização da CMI está dividida em 6 Zonas conforme segue abaixo:

Zona 1 – Grande Loja do Distrito de Colúmbia (EUA), Grande Loja de Nova York (EUA), Grande Loja de Nova Jersey, Grande Oriente da Itália e 14 Grandes Lojas Mexicanas.

Zona 2 – Grande Loja de Cuba, Grande Loja Nacional Francesa (França), Grande Oriente do Haiti de 1824, Grande Loja Soberana de Maçons Livre e Aceitos de Porto Rico e Grande Loja da República Dominicana.

Zona 3 – Grandes Lojas da Costa Rica, Guatemala, Panamá, Honduras, Grande Loja Cuscatlán de El Salvador e Soberana Grande Loja Simbólica de Nicarágua.

Zona 4 – Grande Loja da República da Venezuela, Grande Loja do Equador e Grande Loja Equinocial do Equador, além de 6 Grandes Lojas da Colômbia.

Zona 5 – Grandes Lojas Brasileiras filiadas a CMSB e a COMAB:

CMSB – Grandes Lojas Maçônicas dos Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins.

COMAB – Grandes Orientes dos Estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo (Paulista) e Santa Catarina.

Zona 6 – Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas da Argentina, Bolívia, Chile, Espanha, Simbólica do Paraguai, do Peru, do Uruguai e Grande Loja Legal de Portugal.

O processo de admissão

Quando uma potência deseja se filiar a CMI, deverá enviar o seu pedido de admissão, em formato físico e digital, devidamente autenticado pelo seu Grande Secretário à Secretaria Geral Permanente da CMI, fazendo constar as informações listadas no estatuto da CMI, como por exemplo, Ata de Fundação, Território que a potência opera com número de lojas, membros e ritos, seu quadro de dignidades, rituais, tratados de reconhecimento, número de iniciações anuais, entre outros. No caso de potência que opere em localidade que já existe uma potência membro da CMI, o pedido deve ser acompanhado de um endosso desta potência membro. Na falta disso, o pedido de admissão pode ser patrocinado por uma Potência Confederada, desse país.

Este pedido é informado a todas as confederadas e a uma comissão para análise e relatório, se não houver objeção e o relatório for favorável, o Secretário Executivo anunciará a admissão da nova confederada após consulta ao Conselho Executivo. Se houver objeções, o Conselho Executivo decidirá.

O Conselho Executivo é formado por um Presidente, cargo atualmente ocupado pelo Irmão José Adolpho Crespo Bonadona, pelo Secretário Executivo, cargo ocupado pelo Irmão Pedro Luis Longo e os Vice-Presidentes de cada uma das 6 Zonas.

Cenário Brasileiro na CMI

No Brasil temos como maçonaria regular, o Grande Oriente do Brasil, as Grandes Lojas filiadas a CMSB e os Grandes Orientes filiados a COMAB.

O Grande Oriente do Brasil faz parte da Zona VI e é membro da CMI desde a sua fundação, participando da 1º Conferência Interamericana realizada em Montevidéu em 1947.

Quanto a CMSB, 10 Grandes Lojas estaduais participaram da fundação da CMI e atualmente todas as Grandes Lojas filiadas a CMSB são membros ativos da CMI.

Em relação à COMAB, 9 (nove) Grandes Orientes estaduais fazem parte da CMI, são eles: Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Grande Oriente Paulista.

Os demais Grandes Orientes Estaduais filiados a COMAB estão em um processo de busca de reconhecimento e filiação a CMI.

Concluindo

Descrevemos aqui como funciona a CMI, reafirmando a regularidade dos Grandes Orientes Estaduais filiados a COMAB, o que ainda hoje causa dúvidas aos irmãos que não buscam informações sobre como funciona a maçonaria brasileira.

Nos próximos textos, vamos abordar como funciona a Conferência dos Grão-Mestres da América do Norte, a publicação chamada List of Lodges e posteriormente falaremos das Grandes Lojas Prince Hall e sua regularidade, que erradamente, muitos maçons brasileiros questionam sua regularidade e reconhecimento.

Site da CMI – https://www.oprumodehiram.com.br/confederacao-maconica-interamericana-cmi/

3 thoughts on “Confederação Maçônica Interamericana (CMI) – Atualizado 2020

  • 11 de fevereiro de 2020 em 11:35 PM
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    Esclarecedor.

  • 9 de setembro de 2018 em 10:17 AM
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    Texto esclarecedor

  • 4 de setembro de 2018 em 5:32 PM
    Permalink

    parabéns pelas informações.

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